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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quem sou eu?

É algo que ainda é difícil descrever com precisão. Quem sabe com algumas páginas vocês já me ajudem a me definir.
Nesse momento só tenho condições de dizer o seguinte: chamo-me Mariana, tenho 26 anos, moro numa cidade mediana do interior de Minas Gerais, mas graças á globalização não estou tão destoada da moda ou dos problemas enfrentados pelas mulheres da metrópole, pelo contrário, enfrento esses problemas elevados ao quadrado, pois aqui o machismo ainda reina.
Acho que fica mais fácil me conhecer quando eu fizer um resumo de minha vida, a origem dos meus dilemas.
Como em um daqueles resumos para triagem nas clínicas de psicologia, apresento-me assim: nasci no interior de Goiás, numa cidade com cerca de 90 mil habitantes. De boa família, estudei em escolas tradicionais da cidade. Não matava aula, aliás nem podia, era o contato que tinha com a humanidade. Crescia ouvindo minha mãe dizer: filha, quero que estude, trabalhe fora, não aprenda a cozinhar, mulher tem que ser independente, ter seu próprio dinheiro. Engraçado essa semana uma cliente me dizer praticamente a mesma coisa em outras palavras: mulher feliz é mulher solteira com cartão de crédito! Como ouvia isso e a forma mais fácil de se alcançar era buscando os estudos na cidade grande, este então passou a ser meu maior objetivo.
Era estudiosa, sempre me destacando com minhas notas, mas apenas com elas. Não era agradável aos olhos dos garotos da minha idade, como posso dizer... era descuidada, não feia, apenas focava na minha mente, então a aparência deixava muito a desejar.
Então já imaginam como fui minha adolescência? É, desarrumada, não apegada a aparência, para apavorar minha mãe punk! sim, eu era punk! fase de revolta rs e foi nada fácil, praticamente o último ser na face da terra a ser beijado. Aí é que começaram os problemas.
Lembro-me de um filme que assisti quando eu fazia a 6º série chamado "O casamento do meu melhor amigo". Para você que não conhece a história irei apresentá-la: trata-se da historia de uma mulher independente, focada na carreira, que deixou um grande amor escapar, era seu melhor amigo, aquele que numa brincadeira disse que seria seu marido caso chegassem aos 28 anos e não tivessem se casado com ninguém. Quando ela descobre que ele vai se casar ela decide tentar reconquistar aquele amor do passado, aquele amor que ela não admitia, mas é um filme fora dos padrões dos contos de fada, acho que até por isso considerei meu predileto até os dias atuais. Embora eles não terminem juntos, o filme levanta dois aspectos importantes da vida real: o primeiro é que se as pessoas não se expressam, as oportunidades passam, e o segundo são as frases finais dizendo que pode ser que eu nunca case, ou que não haja sexo, mas eu ainda danço! é isso, a vida não pode estar concentrada nessa idéia fixa de casamento, podemos ser felizes sem tê-lo.
Tá, eu sei que está pensando "ah, mas eu quero me casar um dia", mas entendam que se for para ser infeliz, se for só para ter um título, as digo o seguinte: não se casem. Casem-se primeiro com vocês mesmas! Sejam egoístas, cuidem de vocês.
Está bem, naquela altura vida quando pelo primeira vez o filme não imaginava essa conclusão, então vou continuar minha história para entenderem meu estado de espírito atual que pode ajudar vocês.
Pois bem veio o colegial, então foquei mais ainda em meu objetivo: ter uma formação. O que seria ter uma formação? naquele momento o que importava era mudar da cidade, fazer uma graduação numa área que fosse me dar poder, sim! poder era o que me interessava! Como eu poderia descrever: fazer um curso tradicionalmente voltado aos homens, eis as opções: engenharia ou economia? optei por economia, área dos negócios, dos grandes empresários, mas com qual objetivo no final das contas? Mostrar que nós mulheres somos melhores que os homens se tivermos o mesmo tempo disponível para se dedicar a profissão.
Conclui a graduação, mas antes de terminar a graduação me perdi. Vou explicar melhor, me apaixonei, amei, entrei naquele estado de euforia que fez eu me esquecer de mim, dos meus sonhos, dos meus desejos, meus gostos. Arrumei meu primeiro emprego, eu era aquele ser apático, tímida, morria de medo de ser simpática e o cliente entender errado e meu namorado ciumento criar problemas. É a partir daqui que conto minhas historias, historias de uma mulher que ama demais...